HP anuncia substituição de até 6.000 cargos por IA: o que isso sinaliza para o futuro do trabalho?

A HP anunciou que poderá substituir até 6.000 funções por inteligência artificial (IA), em um movimento que reacende o debate global sobre o futuro do trabalho. Não se trata apenas de um ajuste pontual: quando uma gigante de tecnologia toma uma decisão dessa magnitude, o restante do mercado observa, aprende e, muitas vezes, segue o mesmo caminho. Para profissionais de RH, recrutamento e gestão de pessoas, a mensagem é clara: a automação não é mais tendência – é realidade concreta, com impacto direto em emprego, carreiras e estratégias de talento.

O grande ponto de atenção não é apenas a redução de vagas, mas a transformação profunda dos perfis requeridos. Funções mais operacionais e repetitivas tendem a ser automatizadas, enquanto cresce a demanda por competências analíticas, digitais e estratégicas, além de habilidades comportamentais como adaptabilidade, pensamento crítico e colaboração. Para atrair e reter talentos em um contexto em que a IA assume parte do trabalho, empresas precisarão rever descrições de cargos, trilhas de desenvolvimento e modelos de avaliação de desempenho, priorizando aprendizados contínuos e requalificação (reskilling e upskilling).

Para profissionais de recrutamento, o recado é ainda mais sensível: ou você aprende a usar IA a seu favor – para mapear talentos, agilizar triagens, gerar insights de people analytics – ou corre o risco de ser substituído por quem souber. Em vez de temer a tecnologia, o RH estratégico passa a atuar como protagonista na transição, redesenhando estruturas, negociando com a liderança e preparando colaboradores para novas funções, inclusive aquelas que ainda nem existem. Quem sair na frente nessa adaptação ganhará vantagem competitiva no mercado de trabalho.

Se a HP está disposta a remodelar milhares de cargos, é questão de tempo até que o impacto chegue, em maior ou menor escala, ao Brasil e à sua empresa. A pergunta não é mais se a IA vai afetar a sua área, mas quando e em que intensidade. Profissionais e organizações que começarem agora a debater cenários, investir em formação e rever estratégias de recrutamento estarão melhor posicionados para não apenas sobreviver, mas crescer em um mercado cada vez mais automatizado. Ignorar esse movimento pode custar caro – em empregabilidade, resultados e relevância.

Artigo Original: HP to replace up to 6,000 roles with AI